quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Auxiliares de Enfermagem


  Durante o séc. XVIII, eram frequentes os abusos praticados pelos enfermeiros e ajudantes do Hospital Real de Todos os Santos (HRTS).
Frequentemente, os enfermeiros e ajudantes fugiam de noite pelos telhados, abandonando os doentes, ou passavam o tempo a jogar às cartas e a  tocar instrumentos musicais;
Era igualmente vulgar ficarem com o espólio dos doentes que morriam; o vestuário era concertado e vendido ou utilizado pelos enfermeiros e ajudantes;
Levar amigos para jantar e almoçar nos hospitais elevando as despesas dos mesmos para valores exuberantes.
À semelhança do que acontecia em outros países da Europa como a Noruega, a falta de enfermeiros diplomados nos hospitais e os insuficientes meios de resposta dos hospitais, levaram à criação de curtos programas de formação para auxiliares de enfermagem, habilitados a cuidar dos doentes.
   Em 1947 é criada a figura da auxiliar de enfermagem. Tinha a duração de um ano de ensino teórico e teórico prático, seguido de 6 meses de estágio em hospital. As habilitações mínimas eram instrução primária (exame da 4ª classe). Eram ministrados em várias escolas entre elas a Escola Superior de Enfermagem Artur Ravara, Escola de Enfermagem de Castelo Branco Dr. Lopes Dias e a Escola de Educação Doméstica (tele-escola) na qual se formaram apenas 11 auxiliares de enfermagem.
  Em Portugal, entre 1965 e 1974, o número de auxiliares de enfermagem que se formavam anualmente era cinco vezes superior ao número de enfermeiros com o curso geral.
   Na sua grande maioria os auxiliares de enfermagem, antes do 25 de Abril de 1974, substituíam na prática os enfermeiros, uma vez que os poucos enfermeiros diplomados existentes ocupavam os cargos de chefia. Este tipo de situações era vulgar nomeadamente nos hospitais e nos serviços médico-sociais da Previdência.
  Apesar dos auxiliares executarem as mesmas funções que os enfermeiros não beneficiavam dos mesmo estatutos a nível de:
   -  Reconhecimento formal das suas competências;
 - Salário; 
- Oportunidade de formação profissional e progressão na carreira.
Esta situação acabou por originar um movimento reivindicativo.
 Em 1975 foi criado um curso de promoção de auxiliares de enfermagem em 1975 com a duração de 1 ano.
O aumento da pressão sindical com a Revolução do 25 de  Abril de 1974 criou uma conjuntura favorável às reivindicações igualitárias; o Curso de auxiliares de enfermagem acabou por ser extinto, tendo os auxiliares, com três anos de serviço no mínimo, sido promovidos ou integrados na carreira de enfermagem (como enfermeiros de 3ª classe). 






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