domingo, 3 de março de 2013

Ser Enfermeiro - Resumo


Capítulo 1: caminho da e evolução da enfermagem até à consolidação da profissão como hoje se apresenta, mostrando o inicio marcado pela caridade cristã, a evolução das funções do enfermeiro em Portugal e a regulamentação da profissão. Explicam-se dados estatísticos da evolução da enfermagem como carreira, das áreas de especialização e do número de enfermeiros em Portugal e da evolução enquanto ensino (numero de escolas criadas, tipos de cursos e reformas criadas).
·         Sempre existiram cuidados de enfermagem, prestados pelas mulheres como instinto maternal e para prolongar a vida e afastar o sofrimento
·         Profissão organizada surge no séc. XIX
·         Ensinamentos de Cristo tiveram grande influência na enfermagem e no surgir de novos enfermeiros – necessidade de amar a Deus e ao próximo
·         Começou por ser uma actividade de mulheres convertidas ao cristianismo que faziam o seu caminho de caridade e santificação
·         Febe – primeira enfermeira visitadora (enfermagem domiciliária)
·         No período antes da idade média o concilio de Niceia ordenou aos bispos que construíssem hospitais e casas de tratamento ficando com a chefia a seu cargo. Até aqui os cuidados eram prestados no domicílio ou nos conventos
·         No séc. XI foi fundada a ordem dos enfermeiros militares que cuidavam dos doentes e ajudavam os cruzados a combater com os muçulmanos
·         A Europa do séc. XIV é marcada pela peste, Catarina de Siena, destacou-se nos cuidados aos enfermos com peste
·         Surgiu em Portugal as misericórdias (séc. XIV), e as ordens espalhadas pela Europa tais como Ordem Hospitaleira de S.João de Deus; Ordem dos ministros dos enfermos; Filhos da caridade têm ainda hoje influência nos cuidados de saúde
·         Renascimento e iluminismo trouxeram deterioração dos hospitais e cuidado aos enfermos devido á dissolução das ordens religiosas católicas que tinham grande influência
·         As sociedades protestantes organizaram um modelo semelhante ao católico (Elizabeth Fry foi uma protestante com relevo)
·         Aprece de novo a enfermagem com influência do cristianismo – Florence Nightingale
·         Séc. XVIII – enfermagem apenas com o objectivo de aplicação de medicamentos e tratamentos sob prescrição médica
·         Inicio séc. XX, cuidados muito rudimentares, não havia formação básica. Necessidade de melhorar os cuidados de enfermagem
·         No séc XIX Florence e Ethel Fenwick contrapõem-se. a segunda apoiava o registo obrigatório das enfermeiras (conseguiu 1919)
·         Portugal: 1956 – profissão exclusiva dos detentores de diploma; 1973 – desde esta data que se prepara a ordem dos enfermeiros; 1998 – registo obrigatório
·         Em 1996 surge REPE que vem definir conceitos de enf, caracterizar cuidados de enf, a competência dos profissionais, e a responsabilidade, direitos e deveres dos prof.
·         Definição de enfermagem: com objectivo e alvo de intervenção. Prestar cuidados ao ser humano, são ou doente, ao longo do ciclo vital e aos grupos sociais em que está integrado, de forma a manter, melhorar e recuperar a saúde, ajudando a atingir a máxima capacidade funcional o mais rápido possível.
·         Relação de ajuda aparece como fundamento dos cuidados
·         Metodologia científica
·         Formas de actuação: fazer por, ajudar, orientar, supervisar, encaminhar e avaliar
·         Intervenções autónomas e independentes
·         Ordem dos enfermeiros (1998) – objectivo: promover a qualidade de cuidados de enf prestados á população bem como o desenvolvimento, a regulamentação e o controlo do exercício da profissão de enf assegurando a observância da ética e deontologia profissional. Âmbito nacional, organização regional.
·         Carreira Profissional: dois tipos de enf. uns com mais formação técnica, outros com mais formação prática (proposto por Florence). 1967 surge o diploma da carreira profissional (hospitalar, saúde publica, ensino)
·         Actualmente 3 níveis com diferentes áreas de actuação: 1 (enf. e enf. graduados); 2 (enf. especialista e enf. chefe); 3 (enf. supervisor). Os 1 e 2 devem prestar cuidados, avaliando e implicando a família do utente. O 3 deve actuar, gerindo serviços e pessoal e promovendo investigação
·         Evolução do curso: 1918 – inicio da regulamentação do curso com 3 anos. “Postilha religiosa e arte dos enfermeiros” – primeiro manual de enfermagem. 1919 – exigido diploma para pertença quadros. 1942 – mais condições no ensino da enf. 1952 – organização definitiva do curso (curso geral, curso auxiliares e curso complementar). Escolas oficiais e particulares. Melhoria formação monitores. Idade mínima 18 anos, robustez física e bom comportamento moral exemplar. Plano estudos: aulas práticas, teóricas e estágios. Final curso exame. 1965 – abertura correntes internacionais. 1976 – estrutura e conteúdos curriculares alterados (pré-curso liceu). 1988 – integração no ensino superior politécnico. 1991 – Universidade católica abre curso enf. 1998 – 37 escolas publicas e privadas a funcionar

        Capítulo 2: Concepção de enfermagem hoje com base no caminho da construção do Saber enfermagem que é continuamente transmitido e aprofundado para se chegar a uma filosofia de cuidados de enfermagem para o nosso tempo, com uma cultura ainda marcada pelo cristianismo, mas onde os utentes têm cada vez mais consciência dos seus direitos e exigem mais qualidade. A pessoa e a família são o foco da atenção, sendo a saúde um projecto individual e colectivo em interacção com o meio em que estão inseridos e em que a enfermagem se apresenta como resposta ás necessidades de promoção da saúde, prevenção e recuperação da doença e/ou alivio do sofrimento.
·           Primeiras décadas do séc XX a formação era em hospitais (aprender fazendo) – não se pensava em conceitos ou teorias. Á medida que o tempo passou houve necessidade de desenvolver um conhecimento próprio
·           1952 – “Nursing Research” – revista de investigação em enfermagem
·           Virginia Henderson (1961) – desenvolveu conceito de enfermagem e definiu as 14 NHF
·           Modelo holístico – função cuidativa diferente da função curativa – seres humanos unitários (homem-vida-saúde)
·           Muitos modelos – prejudicial – procurou-se uma base comum: pessoa, ambiente, saúde, enfermagem
·           Pessoa como foco de atenção: o enfermeiro presta os cuidados eu a pessoa não consegue prestar a si própria devido à fase de desenvolvimento e /ou processo de transição
·           Família – grupo de cuidados mais próximo – igualmente alvo dos cuidados
·           Conceitos de doença e saúde – modelados pelas crenças e valores – individuais
·           Ambiente – influencia a doença e o conceito de saúde nas suas componentes: física, social, organizacional, cultural e politica
·           Comunidade actua nos diferentes contextos da vida e os enfermeiros desenvolvem a promoção da saúde, os comportamentos saudáveis, a prevenção da doença e o diagnóstico precoce. Trabalham com o objectivo de ter soluções para os problemas de saúde.
·           Enfermagem (CIPE): inclui cuidados autónomos e colaborativos que se prestam a pessoas de todas as idades, famílias, grupos, comunidades, enfermos ou sãos, em todos os contextos, e incluem a promoção da saúde, prevenção da doença e cuidados aos enfermos, deficientes e moribundos.
·           Funções essenciais do enfermeiro: defesa, promoção ambiente seguro, investigação, participação na politica de saúde, gestão de pacientes e sistemas de saúde e formação

Capítulo 3: horizonte ético para a acção dos enfermeiros. A partir da vocação para cuidar reflecte-se sobre a deontologia e os fundamentos éticos do agir profissional, para concluir que para além do puro cumprimento do dever, a vulnerabilidade daquele que sofre exige ao enfermeiro um cuidado justo.
·            Séc. XIX a enfermagem era vista como uma profissão duvidosa, de mulheres não dignas
·            Florence Nightingale lutou para que isto acabasse e descreveu a enfermagem como “the finest of the fine arts”. Segundo Florence as características da enfermeira deveriam ser: inteligência, disciplina, sacrifício, dedicação, sobriedade, honestidade, conformismo, falta de ambição profissional e submissão. Tudo isto contribuía para um carácter virtuoso.
·            Durante muitos anos a enfermeira era vista como fiel colaboradora do médico
·            Séc. XX dava-se ênfase aos procedimentos técnicos para aprendizagem rápida (para poder colaborar com o médico)
·            Foi a investigação científica dos enfermeiros que vieram autonomizar a profissão
·            Ainda hoje a enfermagem é uma “vocação”
·            Características dos enfermeiros hoje: relação humana (bom comunicador, empático, sensível…), Virtudes éticas (solidariedade, altruísmo…), Maturidade (responsável, maduro…), Expressividade (dedicado, adaptável, curioso…), Saber (conhecimentos)
·            1949 – libéria – introduzido primeiro código de ética profissional
·            1953 – CIPE – código de ética enfermagem
·            1973 – retirada a cláusula de lealdade e obediência ao médico
·            1950 – primeiro código de ética ANA (american nursing association)
·            1976 – Substituição de lealdade ao médico por lealdade ao paciente
·            Código deontológico – conjunto articulado e coeso de deveres profissionais (forma agir do enfermeiro) que os autores se comprometem a cumprir
·            Enfermeiro deve sempre agir com o máximo de qualidade nos cuidados e comunicar as deficiências existentes
·            Respeito pelos direitos das pessoas mais vulneráveis
·            Direito ao respeito pelas opções de vida (respeitar religiões, não fazer juízos de valor)
·            Igualdade de todos (independentemente da idade)
·            Integridade física (recusa de práticas de tortura, tratamento cruel, Promoção da qualidade de vida, Consentimento informado, defesa interesses pessoais, Explicar os procedimentos, Salvaguardar a privacidade e intimidade, Confidencialidade e anonimato, Cuidados rápidos e bem prestados, Possibilidade de escolher o cuidador, actualização constante de conhecimentos, cuidados continuados e personalizados, cuidados humanizados
·            Ética em enfermagem: necessidade de escolhas todos os dias
·            Questões éticas analisadas com base pessoa – saúde – ambiente - cuidado enfermagem
·            Cuidado: além do respeito pelo outro (partilhar a dor, aliviar o sofrimento). É necessário conhecer o outro, respeitar o seu tempo. Exige confiança e compromisso

Capítulo 4: Principais desafios com que os enfermeiros se confrontarão num futuro próximo: mudanças demográficas, complexidade dos cuidados e a segurança que lhes é exigida numa prática cada vez mais em equipa, as implicações da investigação em enfermagem e necessidade de formação permanente.
·         População envelhecida para o futuro terá grande impacto
·         Séc. XXI – capacidade de trabalhar com cada vez mais tecnologias
·         Maiores desafios ao trabalho com idosos
·         Doentes/utentes mais informados e mais atentos (internet como recurso para diagnóstico)
·         Doentes mais conscientes dos seus direitos e mais exigentes
·         Aumento da investigação e conhecimentos próprios que aumentam e melhoram a qualidade dos cuidados de enfermagem para os utentes