sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

25 de Abril e a Enfermagem Portuguesa


*  1970
É publicada uma portaria que confere responsabilidade aos enfermeiros pelo ensino de enfermagem. 
A mesma portaria concede plena autonomia técnica e administrativa às Escolas de Enfermagem, sendo a direcção das escolas entregue a enfermeiros.
A maioria dos prestadores de cuidados de enfermagem era auxiliares dada à escassez de enfermeiros devido ao facto de a profissão ser pouco atractiva.

*  1971
Com a nova Reforma da Saúde se reconhece o direito à saúde de todos os cidadãos, passando o Estado a ser responsável pela política de saúde, bem como a sua execução.
A nova Reforma terá repercussão no alargamento da rede de escolas de Enfermagem.
Surge também a necessidade de revisão e reforma do curso de Enfermagem geral, dando especial ênfase às ciências sociais e humanas, bem como à necessidade de um maior intercâmbio entre o ensino e o exercício.

*  1972
É criado e começa a funcionar o Curso de Promoção dos Auxiliares de Enfermagem.
Curso de promoção de Auxiliares de Enfermagem:
l  Tem a duração de 20 meses
l  É exigido o mínimo de 4 anos de exercício
l  O curso é ministrado nas Escolas de Enfermagem

*  1973
São inauguradas novas escolas de Enfermagem, destaca-se a de S. João no Porto.
Ocorre o I Congresso Nacional de Enfermagem, organizado pela então Federação dos Sindicatos Nacionais de Enfermagem, pela Associação Portuguesa de Enfermeiros e pela Associação Católica de Enfermeiros e Profissionais de Saúde. Neste congresso é pedido à tutela que o Ensino de Enfermagem passe a estar integrado no Sistema Educativo Nacional.
Conclusões do I Congresso Nacional de Enfermagem:
l  Integração do ensino de enfermagem no sistema educativo nacional
l  Transformação em ensino superior
l  Defesa do estatuto profissional
l  Emergem aspirações à Ordem

*  25 de Abril de 1974
Com a implantação de um novo regime, democrático, ocorrem modificações na sociedade e consequentemente na enfermagem. Os enfermeiros passam a ter a capacidade, como outros grupos profissionais, para reivindicarem melhores salários, melhores condições de trabalho e reconhecimento do exercício.

*  No período após o 25 de Abril (1974)
Dá-se a extinção do curso de auxiliares de enfermagem. Aos auxiliares com 3 anos de serviço, desempenhado as funções de enfermeiro, é atribuído o titulo de enfermeiros de 3ª classe.
É iniciado o trabalho para o novo plano de estudos que entrará em vigor em 1976.
Surge o Sindicato Nacional de Enfermeiros Diplomados.
*  1975
Existiam cerca de 15.000 auxiliares e 3000 enfermeiros. É feita a remodelação curricular dos Cursos de Especialidade em Enfermagem Obstétrica.

*  1976
Integração dos enfermeiros no contexto dos funcionários públicos (os enfermeiros sobem nos escalonamentos e passam a ocupar letras bastante acima, pelo que há uma valorização financeira e social, por arrastamento). O trabalho dos enfermeiros passa a ser de 36 horas por semana.
Cria-se um único curso de enfermagem (3 anos lectivos, 11 meses cada; as habilitações de ingresso mantêm-se as de 1965).
A procura das Escolas de Enfermagem aumenta e o ensino de Enfermagem é considerado de “bom nível”, levando a que, em 1978, a Assembleia da República afirme que considera suficiente, idóneo, o Ensino que se fazia nas Escolas de Enfermagem de maneira que estas estão em condições de serem convertidas em Escolas Superiores. Ou seja, prevê-se a conversão as Escolas de Enfermagem em Escolas Superiores de Enfermagem.
Plano de estudos:
l  Mais centrado na saúde, no indivíduo, na família e comunidade.
l   Estudos em torno das grandes áreas da enfermagem.
l  Maior e mais profunda incidência nas ciências sociais e humanas.
l  Iniciação à investigação, com o intuito de despertar os jovens para a sua necessidade.

*  1978
Iniciam-se os cursos de especialidade em enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.

*  1979
Devido a crescente procura pelo Curso de Enfermagem, passa a ser exigido o Curso Complementar dos Liceus ou equivalente (actual 11º ano). Em algumas escolas começa a dar se preferência aos candidatos com o 12º ano de escolaridade e, entre esses, os que tivessem as disciplinas de Biologia, Química ou Física.
A Escola Técnica de Enfermeiras admite pela primeira vez um homem.
Inicia-se um projecto de investigação único denominado DICOVE, cuja principal finalidade era definir e aperfeiçoar os instrumentos de selecção dos candidatos ao Curso de Enfermagem.
Assinala-se os primeiros passos do Serviço Nacional de Saúde.







Sem comentários:

Enviar um comentário