- O nascimento da Escola (9-12-1885)
O médico Tomás de Carvalho,
no exercício do seu cargo de enfermeiro-mor no Hospital Real de São José,
propõe ao Governo a criação de um curso destinado a ministrar o ensino
profissional aos empregados das enfermarias. Esta proposta de Tomás de Carvalho
foi promulgada por D.Luís I, na Portaria do Reino de 28 de Janeiro de 1886,
autorizando o funcionamento de um curso prático para enfermeiros. Assim, em
1887, com esta autorização régia dá-se início à criação do primeiro curso para
a formação de enfermeiros no Hospital de São José, como era então desejado, e
lançam-se os alicerces desta Escola.
O primeiro curso de enfermagem abriu a 26 de Janeiro
de 1887, regido por Artur Ravara, segundo orientações dadas pela
Administração do Hospital de São José. Foi então permitido a qualquer pessoa
que não pertencesse ao quadro dos empregados do Hospital, inscrever-se como
aluno do Curso de Enfermeiros e obter o certificado passado pelo professor após
aprovação do exame de fim do ano lectivo. Porém, o curso de Enfermeiros não
obteve os resultados pretendidos, tendo sido este encerrado em Novembro de
1889, sendo suprimido durante 12 anos devido ao baixo rendimento dos alunos.
2. Escola
Profissional de Enfermagem
Passados cerca de oito anos após a implantação da
republica (1918), os governantes procedem a reorganização da Escola
Profissional de Enfermeiros, a qual passa a ser designada por Escola
Profissional de Enfermagem, que passou a ter um curso geral com duração de dois
anos.
Este diploma vem tentar dar resposta as dificuldades
sentidas na formação especifica em enfermagem com a aplicação dos anteriores
planos de estudo, dando agora maior ênfase:
- Habilitações literárias para o ingresso, coma
exigência de certidão de exame de instrução primária do 2ºgrau.
- Idade (certidão de idade, não podendo ter menos
de 17 anos e mais de 25 anos)
- Bom comportamento moral e civil.
- Previa aprovação dos candidatos em junta médica.
A esses mesmos praticantes, com bom comportamento e
aptidões comprovadas para o serviço hospitalar, seria garantido o lugar após a
conclusão do curso geral.
As condições de admissão a esta avaliação final eram
as seguintes:
- Assiduidade
- Nota superior a 10 valores
- Provas dadas nos estágios
- Qualidades reveladas e indispensáveis à profissão de enfermagem.
3. O curso complementar
Com a duração de um ano, habilitava para os lugares de
chefia dos hospitais e para o ingresso era necessário o certificado de
aprovação no Curso Geral.
Segundo o diploma de criação da Escola Profissional de
Enfermagem, no fim de cada um daqueles cursos, o aluno que fosse aprovado tinha
direito a um diploma passado pela secretaria e assinado pelo director.
4. Criação da
Escola de enfermagem Artur Ravara
Em 1930 a instituição é reorganizada passando a ser
denominada Escola de Enfermagem de Artur Ravara em honra do professor, que em
1887, foi encarregado de reger o primeiro curso.
Nesta altura há uma aproximação maior ao ideal de
Florence Nighthingale: “uma boa enfermeira deve ser uma pessoa com quem, se
possa contar, uma mulher de sentimentos delicados e recatados, observadora
sagaz e discreta, sóbria e honesta, religiosa e devota, enfim, alguém que
respeita sua própria vocação porque a vida, a mais preciosa dádiva de Deus, é posta
em suas mãos” (Nightingale, 1989, p.6)
Em 1933, o Instituto de Orientação Profissional
examinou todos alunos do 1º ano de enfermagem. Neste exame (a 46 mulheres e 29
homens), apenas uma aluna apresentou os requisitos exigidos a uma boa
enfermeira e acabou o curso, mais tarde com 20 valores.
Em 1938 é inaugurado o edifício da escola, no espaço
do Hospital de Santo António dos Capuchos;
A 31 de Dezembro de 1942, são criadas as
especialidades de enfermeiras visitadoras, puericultoras e psiquiatras, entre
outras.
Em 1947 o ensino passou a ser orientado e centralizado
pelo estado, funcionando até aqui como serviço dos hospitais; e são feitos os
primeiros registos da terapêutica administrada na prática de enfermagem.
É definido que o ensino de enfermagem deve ser
orientado no sentido da preferência do pessoal feminino, preconiza-se o regime
de internato para a formação das alunas.
A 10 de Abril de 1947, na escola de
enfermagem Artur Ravara, foram criados dois novos cursos de enfermagem: o curso
de pré-enfermagem(com duração de 2 anos) e o curso de auxiliar de enfermagem
(com duração de 1 ano) que começaram a funcionar no ano lectivo de 1947/1948.
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