segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Escola de Enfermagem Artur Ravara

  1. O nascimento da Escola (9-12-1885)
O médico Tomás de Carvalho, no exercício do seu cargo de enfermeiro-mor no Hospital Real de São José, propõe ao Governo a criação de um curso destinado a ministrar o ensino profissional aos empregados das enfermarias. Esta proposta de Tomás de Carvalho foi promulgada por D.Luís I, na Portaria do Reino de 28 de Janeiro de 1886, autorizando o funcionamento de um curso prático para enfermeiros. Assim, em 1887, com esta autorização régia dá-se início à criação do primeiro curso para a formação de enfermeiros no Hospital de São José, como era então desejado, e lançam-se os alicerces desta Escola.
O primeiro curso de enfermagem abriu a 26 de Janeiro de 1887, regido por Artur Ravara, segundo orientações dadas pela Administração do Hospital de São José. Foi então permitido a qualquer pessoa que não pertencesse ao quadro dos empregados do Hospital, inscrever-se como aluno do Curso de Enfermeiros e obter o certificado passado pelo professor após aprovação do exame de fim do ano lectivo. Porém, o curso de Enfermeiros não obteve os resultados pretendidos, tendo sido este encerrado em Novembro de 1889, sendo suprimido durante 12 anos devido ao baixo rendimento dos alunos.

2. Escola Profissional de Enfermagem

Passados cerca de oito anos após a implantação da republica (1918), os governantes procedem a reorganização da Escola Profissional de Enfermeiros, a qual passa a ser designada por Escola Profissional de Enfermagem, que passou a ter um curso geral com duração de dois anos.
Este diploma vem tentar dar resposta as dificuldades sentidas na formação especifica em enfermagem com a aplicação dos anteriores planos de estudo, dando agora maior ênfase:
- Habilitações literárias para o ingresso, coma exigência de certidão de exame de instrução primária do 2ºgrau.
- Idade (certidão de idade, não podendo ter menos de 17 anos e mais de 25 anos)
- Bom comportamento moral e civil.
- Previa aprovação dos candidatos em junta médica.

A esses mesmos praticantes, com bom comportamento e aptidões comprovadas para o serviço hospitalar, seria garantido o lugar após a conclusão do curso geral.
As condições de admissão a esta avaliação final eram as seguintes:
  • Assiduidade
  • Nota superior a 10 valores
  • Provas dadas nos estágios
  • Qualidades reveladas e indispensáveis à profissão de enfermagem. 
3. O curso complementar

Com a duração de um ano, habilitava para os lugares de chefia dos hospitais e para o ingresso era necessário o certificado de aprovação no Curso Geral.
Segundo o diploma de criação da Escola Profissional de Enfermagem, no fim de cada um daqueles cursos, o aluno que fosse aprovado tinha direito a um diploma passado pela secretaria e assinado pelo director.

4. Criação da Escola de enfermagem Artur Ravara

Em 1930 a instituição é reorganizada passando a ser denominada Escola de Enfermagem de Artur Ravara em honra do professor, que em 1887, foi encarregado de reger o primeiro curso.
Nesta altura há uma aproximação maior ao ideal de Florence Nighthingale: “uma boa enfermeira deve ser uma pessoa com quem, se possa contar, uma mulher de sentimentos delicados e recatados, observadora sagaz e discreta, sóbria e honesta, religiosa e devota, enfim, alguém que respeita sua própria vocação porque a vida, a mais preciosa dádiva de Deus, é posta em suas mãos” (Nightingale, 1989, p.6)
Em 1933, o Instituto de Orientação Profissional examinou todos alunos do 1º ano de enfermagem. Neste exame (a 46 mulheres e 29 homens), apenas uma aluna apresentou os requisitos exigidos a uma boa enfermeira e acabou o curso, mais tarde com 20 valores.
Em 1938 é inaugurado o edifício da escola, no espaço do Hospital de Santo António dos Capuchos;
A 31 de Dezembro de 1942, são criadas as especialidades de enfermeiras visitadoras, puericultoras e psiquiatras, entre outras.
Em 1947 o ensino passou a ser orientado e centralizado pelo estado, funcionando até aqui como serviço dos hospitais; e são feitos os primeiros registos da terapêutica administrada na prática de enfermagem.
É definido que o ensino de enfermagem deve ser orientado no sentido da preferência do pessoal feminino, preconiza-se o regime de internato para a formação das alunas.
A 10 de Abril de 1947, na escola de enfermagem Artur Ravara, foram criados dois novos cursos de enfermagem: o curso de pré-enfermagem(com duração de 2 anos) e o curso de auxiliar de enfermagem (com duração de 1 ano) que começaram a funcionar no ano lectivo de 1947/1948.

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