sexta-feira, 12 de julho de 2013

Aparelho digestivo

 Tubo digestivo: É um tubo longo musculoso e membranoso que se estende da cavidade bucal até ao ânus, e  comunica com o exterior através da cavidade bucal e do ânus. É no seu interior que os alimentos são transformados  e assimilados.

 Glândulas Anexas: As glândulas anexas são formações cujos canais excretores se vão abrir no tubo digestivo.  Existem interparietais que se localizam na própria espessura da parede do tubo digestivo, ao longo do seu trajeto, e  extra parietais que se localizam fora da parede do tubo digestivo.

 Glândulas anexas:
·Glândulas Salivares
üParótidas
üSubmaxilares
üSublinguais
·Pâncreas
·Fígado
·Vesícula Biliar
Funções e processos do Aparelho Digestivo:
 Ingestão: Consiste na introdução de alimentos no estômago; Normalmente a ingestão é feita através da cavidade  bucal; Os alimentos podem ser introduzidos diretamente no estômago através de uma sonda nasogástrica ou gástrica;

 Mastigação: Processo pelo qual os alimentos introduzidos na boca são triturados pelos dentes; Para que as enzimas  possam atuar na superfície dos alimentos, e para um normal funcionamento digestivo é essencial que os alimentos  sólidos sejam fracionados mecanicamente, pois as enzimas não penetram com facilidade as partículas alimentares  sólidas; A mastigação fraciona os alimentos em partículas de menores dimensões;

 Propulsão: Consiste no movimento dos alimentos de um extremo ao outro do tubo digestivo; 
 Os alimentos demoram aproximadamente 24-36 horas a percorrer o tubo digestivo; Cada segmento do tubo digestivo  está especializado em promover o movimento do seu conteúdo da cavidade oral ao ânus;
·      Os tipos de movimentos:
ü Deglutição
ü Movimentos peristálticos ou Peristaltismo – Responsável pela progressão do conteúdo ao longo da maior parte  do tubo digestivo. As contrações musculares geram ondas peristálticas composta por uma onda de relaxamento dos  músculos circulares que geram uma onda de distensão que precede o bolo alimentar, e uma onda de contração muito  forte dos músculos circulares que se sucede ao bolo alimentar, obrigando à sua progressão ao longo do tubo digestivo.  Cada onda peristáltica percorre todo o esófago em 10 segundos, e no intestino delgado, as ondas têm percursos curtos.
ü Movimentos de massa – Contrações do intestino grosso que promovem movimentos do conteúdo maiores do que  nos movimentos peristálticos.

 Mistura:  Algumas contrações não propulsionam os alimentos (quimo), mas movimentam-se nos dois sentidos, de  modo a misturá-los com as secreções digestivas e fracioná-los em fragmentos menores. Também existem contrações  segmentares que ocorrem no intestino delgado.

 Secreção: Consiste na mistura dos alimentos nas secreções que lubrificam, liquefazem e digerem os alimentos.
·      As secreções são constituídas por:
ü Muco: Lubrifica os alimentos e a mucosa do tubo digestivo, reveste e protege as células epiteliais da abrasão mecânica, dos efeitos nocivos do ácido do estômago e das enzimas digestivas.
ü Água: Liquefaz os alimentos, tornando-os mais fáceis de digerir e absorver. A água penetra no intestino também por osmose.
ü Enzimas: Segregadas na cavidade oral, estômago, intestino e pâncreas que fracionam os alimentos em pequenas moléculas que podem ser absorvidas pela parede intestinal.

Digestão: Consiste no desdobramento das grandes moléculas orgânicas, glícidos em monossacáridos, proteínas em aminoácidos e triglicéridos em ácidos gordos e glicerol. Divide-se em digestão mecânica que envolve a mastigação e a mistura dos alimentos, e a digestão química é realizada pelas enzimas digestivas segregadas ao longo do tubo digestivo. As moléculas grandes necessitam de ser desdobradas para que os seus componentes possam ser absorvidos pelo tubo digestivo. As vitaminas, minerais e a água não são desdobrados nos seus componentes antes de serem absorvidos, pois a modificação da sua estrutura determina a perda da sua função.

Absorção: Movimento de moléculas do tubo digestivo para a circulação sanguínea ou linfática. O mecanismo de absorção depende do tipo de moléculas envolvidas. As moléculas movimentam-se por difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo ou co-transporte.

Eliminação: É o processo através do qual os resíduos da digestão (catabolitos) são removidos do organismo. No intestino grosso a água e os sais são absorvidos o material líquido passa a semi-sólido. Estes resíduos semi-sólidos, as fezes, são eliminados pela defecação.

Mucosa: É a túnica mais interna, e é composta por três camadas:
    Epitélio mucoso interno (unicelular), estratificado pavimentoso na boca, orofaringe, esófago e canal anal e é cilíndrico simples no resto do tubo digestivo.
    Lâmina própria (multicelular), que é uma camada de tecido conjuntivo laxo.
    Mucosa muscular (multicelular no exterior do tubo digestivo), que é uma camada fina e externa de músculo liso.

Submucosa: Encontra abaixo da mucosa e é formada por uma camada espessa de tecido conjuntivo que contém nervos, vasos sanguíneos e pequenas glândulas.

Muscular: É constituída por um músculo liso que se dispõe uma camada interna circular e uma camada externa longitudinal. Constitui a parte superior do esófago onde o músculo é estriado, e no estômago existem três camadas de músculo liso. Entre as duas camadas desta túnica muscular encontra-se um outro plexo nervoso denominado plexo Mionentérico que é constituído por axónios e pericários diversos. Este plexo submucoso e mientérico formam o plexo intramural ou entérico, que desempenha um papel muito importante na regulação do movimento e da atividade secretora.

Serosa ou Adventícia: formada por uma camada de tecido conjuntivo denominada, consoante a sua estrutura. As porções do tubo digestivo que produzem para a cavidade peritoneal apresentam uma camada mais externa serosa que constitui o peritoneu visceral, uma fina camada de tecido conjuntivo e epitélio pavimentoso simples. Quando a camada mais externa tem origem do tecido conjuntivo adjacente é denominada de túnica Adventícia que consiste num revestimento de tecido conjuntivo que se junta com o tecido conjuntivo circundante.

Cavidade Bucal delimitada anteriormente pelos lábios, posteriormente pela fauce (orofaringe, garganta, e abertura para a faringe), lateralmente pela bochecha, superiormente pelo palato, e inferiormente por um pavimento muscular. Está dividida em duas regiões a primeira é o vestíbulo que é a entrada da boca e o espaço entre os lábios ou bochecha e os alvéolos dentários, a segunda região é a cavidade oral propriamente dita que se situa medialmente aos alvéolos dentários. A cavidade oral é revestida por espitélio pavimentoso estratificado que a protege de abrasão.

Dependências da Cavidade Bucal
Língua: É um grande órgão muscular e móvel que ocupa a maior parte da cavidade oral quando a boca está fechada, constituída por epitélio pavimentoso estratificado, um esqueleto osteo-fibroso (osso hióide, membrana glosso-hioideia e septo lingual), vários músculos e por uma mucosa de revestimento. Localiza-se entre as arcadas dentárias. Está ligada à cavidade oral pela parte posterior, a sua parte anterior é relativamente livre, estando ligada ao pavimento da boca por uma prega fina de tecido denominada de Freio. Os músculos da língua dividem-se em duas categorias: músculos intrínsecos contidos na língua o longitudinal, transverso e vertical que são os grandes responsáveis pelas mudanças de formas da língua, os músculos extrínsecos que estão externamente à língua mas ligados a ela como o genoglosso, hioglosso, estiloglosso e palatoglosso que permitem a protusão e retracção da língua, a sua movimentação lateral e modificações de forma. A língua divide-se em duas partes por um sulco designado de sulco terminal, a parte anterior ao sulco está coberta por papilas algumas das quais com recetores gustativos. O terço posterior da língua é desprovido de papilas, com apenas alguns terminais gustativos dispersos, tema ao invés pequenas glândulas e um grande
aglomerado de tecido linfóide, a amígdala lingual. A língua mistura os alimentos na boca em conjunto com os lábios e as gengivas e mantêm os alimentos posicionados durante a mastigação.

Dentes: A boca de indivíduo adulto têm 32 dentes, que estão distribuídos em duas arcadas dentarias uma maxilar e ou outra mandibular. A distribuição dos dentes é simétrica nas metades direita e esquerda de cada arcada, existindo quatro.
 Cada quadrante tem a seguinte composição: Um incisivo central e um lateral; Um canino; primeiro e segundo pré-  molares; primeiro, segundo e terceiro molares, dentes do siso.
Constituição dos dentes: coroa com uma ou mais cúspides, um colo, e uma raiz.
ü A coroa clínica corresponde à porção do dente visível na cavidade oral.
ü Coroa anatómica corresponde à porção do dente revestida por esmalte.
ü Cavidade pulpar encontra-se no interior do dente e é preenchido por com vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo, constituindo a pulpa, é circundada por tecido vivo, celular e calcificado a dentina.
ü Canal Radicular é a porção da cavidade que penetra na raiz.
ü buraco apical é o orifício por onde saem e penetram os vasos sanguíneos e os nervos.
ü A dentina da coroa do dente é revestida por uma substância dura, acelular e sem vida, o esmalte, que protege os dentes da abrasão e dos ácidos produzidos pelas bactérias da boca.
ü O cimento é uma substância celular semelhante ao osso que ajuda a fixar o dente ao maxilar e encontra-se envolvido na superfície da dentina.
ü Os dentes estão embutidos nos alvéolos ao longo dos processos da maxila e da mandíbula, cobertos por tecido conjuntivo fibroso denso e por epitélio pavimentoso estratificado, constituindo a gengiva. Os dentes estão ancorados nos alvéolos pelos ligamentos peridontais.
ü Os dentes desempenham um papel importante na mastigação e na fala

Lábios e Bochechas: lábios são pregas musculares formadas pelo músculo orbicular dos lábios e também uma camada submucosa constituída por tecido conjuntivo onde se encontram as glândulas labiais. A superfície externa dos lábios é coberta por pele. O epitélio queratinizado da pele no bordos dos lábios é bastante fino e não tão queratinizado quando o da pele circundante. Os vasos sanguíneos conferem aos lábios uma coloração dependendo da sua pigmentação. A margem interna é revestida por epitélio que continua com o epitélio pavimentoso estratificado da mucosa da cavidade oral. A partir dos alvéolos dentários, dos maxilares prolongam-se um ou mais freios que são pregas mucosas em direção aos lábios.
As bochechas formam as paredes laterais da cavidade oral e são constituídas por uma mucosa de epitélio pavimentoso estratificado e uma camada de pele, músculo bucinador que achata contra os dentes, e pela almofada adiposa da bochecha que faz arredondar o perfil da face.
Importantes nos processos de mastigação e fala, pois auxiliam a manipulação dos alimentos dentro da boca, mantendo-os posicionados enquanto os dentes os trituram.

Palato e Amígdalas Palatinas: consiste em duas partes uma óssea anterior designada palato duro e outra não óssea designada de palato mole ou véu palatino constituído por músculo-esquelético e tecido conjuntivo. A úvula é uma projeção do bordo posterior do palato mole. Importante no processo da deglutição impedindo a passagem dos alimentos para a cavidade nasal. As amígdalas palatinas estão localizadas nas paredes laterais da orofaringe, estão em número de duas e ocupam as fossas amigdalinas, apresentando a forma de amêndoas.

Principais funções da Cavidade oral
Mastigação Os alimentos introduzidos na boca são mastigados pelos dentes. A principal função dos dentes anteriores, os incisivos e os caninos é cortar e rasgar os alimentos, a função dos pré-molares e dos molares é esmagá-los e triturá-los. Durante o processo de mastigação os alimentos são fracionados, aumentando a sua superfície. O mascar envolve elevação da mandíbula e a excursão mediana e lateral da mandíbula. Os movimentos dos maxilares estão dependentes de quatro pares de músculos que são os temporais, os masseteres, pterigoideus internos que cerram os maxilares e os pterigoideus externos que abrem os maxilares. A protusão e o deslocamento lateral do maxilar inferior são realizados pela ação dos músculos pterigoideus internos e externos e pelos masseteres, a retração é realizada pelos temporais.
Os movimentos da mastigação são controlados por um reflexo bulbar. A presença de alimentos na boca estimula os recetores sensoriais que ativam o relaxamento dos músculos da mastigação. Quando se dá o abaixamento do maxilar inferior há estiramento dos músculos o que desencadeia um reflexo que provoca a contração dos músculos da mastigação. As vias ascendentes do cérebro influenciam bastante a atividade do reflexo da mastigação que esta pode ser iniciada ou cessada voluntariamente.

Faringe É um órgão músculo-membranoso, que se estende verticalmente adiante da coluna cervical, atrás das fossas nasais, da cavidade bucal e da laringe, continuando-se depois com o esófago. A faringe pertence simultaneamente às vias aéreas e às vias digestivas e é constituída pela nasofaringe, orofaringe, laringofaringe. É constituída pela mucosa, pela aponevrosa faríngea, pelos músculos da faringe e pela aponevrose perifaríngea. As partes constituintes da faringe que pertencem ao aparelho digestivo são a orofaringe e a laringofaringe porque normalmente os alimentos só passam por estas duas partes. A orofaringe comunica superiormente com a nasofaringe e inferiormente com a laringe e laringofaringe e anteriormente com a boca. A laringofaringe estende-se da orofaringe ao esófago e é posterior à laringe. As paredes posteriores da orofaringe e da laringofaringe são constituídas por três músculos os constritores da faringe superior, médio e inferior que encaixam uns nos outros como três vasos de flores empilhados. A orofaringe e laringofaringe estão revestidas por epitélio pavimentoso estratificado e a nasofaringe por epitélio cilíndrico ciliado pseudostratificado.

Glândulas salivares Há três pares de grandes glândulas multicelulares: as parótidas, as submandibulares e as sublinguais. Para além destes grandes agregados de tecido glandular, existem muitas glândulas tubulares enoveladas localizadas abaixo do epitélio da língua (glândulas linguais), do palato (glândulas palatinas), região jugal (glândulas bucais) e lábios (glândulas labiais). As secreções destas glândulas ajudam a manter a cavidade oral húmida e iniciam o processo da digestão. Produzem secreções serosas diluídas, ou secreções mucosas e espessas. As maiores de todas são as glândulas parótidas, são glândulas serosas que produzem principalmente saliva aquosa e estão localizadas anteriormente ao ouvido de cada lado da cabeça. Cada canal parotídeo abre-se na margem anterior da glândula, atravessa a face lateral do músculo masseter e penetra o músculo bucinador, entrando na cavidade oral junto ao segundo molar superior. As glândulas submandibulares são mistas, com mais alvéolos serosos do que mucosos. As glândulas sublinguais, as mais pequenas de todas, são mistas e são constituídas por alvéolos mucosos. Estão localizadas imediatamente abaixo da mucosa do pavimento bucal. A porção serosa da saliva contém amilase salivar, uma enzima digestiva. A libertação de maltose e de isomaltose dão ao amido um sabor doce na boca. Cozinhar e mastigar convenientemente os alimentos destrói o revestimento de celulose, aumentando a eficiência do processo digestivo. A saliva contém substâncias como a lisozima, com alguma atividade antibacteriana, e a imunoglobulina A que combate infeções. As secreções mucosas das glândulas submandibulares e sublinguais contêm uma grande quantidade de mucina, um proteoglicano que confere propriedades lubrificantes às secreções das glândulas salivares. Os núcleos salivares do tronco cerebral aumentam a secreção salivar, emitindo potenciais de ação através das fibras parassimpáticas dos nervos cranianos facial e glossofaríngeo em resposta a diversos estímulos, estimulação táctil da cavidade oral ou certos sabores. Os centros superiores também afetam a atividade das glândulas salivares. Odores que levem a pensar em comida ou a sensações de fome, também aumentam a secreção salivar.

Esófago As paredes são espessas e compostas pelas quatro túnicas características do tubo digestivo: mucosa, submucosa, muscular e adventícia. A túnica muscular tem uma camada externa longitudinal e uma interna circular, tal como a maioria do tubo digestivo; contudo, a parte superior do esófago é constituída por músculo esquelético e a inferior por músculo liso. A entrada e saída de conteúdo do esófago é controlada pelo esfíncter esofágico superior e inferior. A mucosa esofágica é constituída por epitélio pavimentoso estratificado. Na submucosa existem muitas glândulas mucosas que produzem um muco espesso, lubrificante, que passa através de canais até à superfície da mucosa.


Deglutição Na fase cefálica forma-se bolo alimentar, empurrado (língua) contra palato duro, forçando progressão para a parte posterior da boca e orofaringe. A fase faríngea inicia-se com a estimulação dos recetores tácteis na área da orofaringe. Os potenciais de ação conduzidos através dos nervos trigémio e glossofaríngeo até ao centro da deglutição no tronco cerebral. Aí geram potenciais de ação nos neurónios motores. Inicia-se com a elevação do palato mole, encerra comunicação entre nasofaringe e orofaringe. A faringe eleva-se para receber bolo e movimenta-o no sentido do esófago. Simultaneamente, o esfíncter esofágico superior relaxa e a elevação da faringe abre o esófago. Esta fase da deglutição é involuntária, tem controlo autónomo. As cordas vocais movem-se em direção medial e a epiglote inclina-se, para que a cartilagem epiglótica cubra a abertura da laringe. A fase esofágica é responsável pela progressão dos alimentos da faringe para o estômago. As contrações musculares das paredes do esófago geram ondas peristálticas. A presença de alimentos no esófago estimula o plexo intramural, controla as ondas peristálticas. Estimula recetores tácteis, enviam impulsos aferentes ao bulbo raquidiano através do nervo vago. Impulsos motores são conduzidos através das fibras vagais eferentes até à musculatura estriada e lisa do esófago, estimulando a contração e reforçando as peristálticas. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

XII Congresso Brasileiro e IX Congresso Latino Americano de Terapia Ocupacional

Por conviver com condições crônicas de saúde, os idosos utilizam frequentemente os serviços de saúde e são consumidores de grande número de medicamentos, que quando mal utilizados podem desencadear complicações sérias para a saúde e aumento dos custos individuais e governamentais. Como o idoso é o indivíduo mais medicalizado de todo o ciclo vital, o gerenciamento da atividade de administração de medicamentos com autonomia é importante para a manutenção da capacidade funcional. Objetivos: Descrever as estratégias utilizadas por idosos para a organização dos medicamentos e o conhecimento a respeito da atividade instrumental de vida diária administração de medicamentos. Materiais e métodos: trata-se de um estudo prospectivo, exploratório, descritivo e transversal. A coleta de dados foi feita por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Escala de Lawton e Brody-IADL; MedTake Test Scoring Sheet modificado (formulário das pílulas) e entrevista estruturada com perguntas sobre as estratégias utilizadas para a organização de medicamentos. Casuística: A amostra de conveniência incluiu 82 sujeitos com doenças crônicas e com status cognitivo preservado, de 60 a 83 anos, ambos os sexos, variada classe socioeconômica e com 1 a 7 anos de escolaridade. A análise de dados utilizou a análise de conteúdo a partir da formação de categorias associada à estatística descritiva. Resultados e Discussão: Quanto às doenças prevalentes na amostra, estão relacionadas aos aparelhos circulatório e osteomuscular e do tecido conjuntivo. Quanto ao conhecimento sobre o uso dos medicamentos, 86,6% conhece os nomes dos remédios, 96,3% conhece a forma de ingestão, 90,25% conhece a indicação, 70% não conhece o preço dos medicamentos. Quanto às estratégias para a organização de medicamentos: os idosos consideram que o hábito de tomar os remédios nos mesmos horários auxilia na lembrança e deixá-los no mesmo local facilita na visualização destes. Percebe-se que a cozinha é o local da casa mais utilizado, e isto pode estar relacionado com a facilidade para a ingestão dos medicamentos. O fato de guardar os remédios de uso esporádico separados dos de uso contínuo é uma estratégia que diminui o número comprimidos na caixa e evita confusão e erros. A maioria dos idosos considera seus métodos de organização de medicamentos eficientes. Conclusão: O conhecimento sobre a atividade de administração de medicamentos do idoso pode auxiliar o terapeuta ocupacional na orientação adequada desta AIVD e conhecer as estratégias de organização de medicamentos permite que o TO auxilie o idoso e o cuidador na organização da rotina diária orientando, desenvolvendo estratégias de organização utilizando caixas organizadoras e manuais como o Visual Med Guide para melhorar a informação em saúde e diminuir os erros na administração.

UM ESTUDO SOBRE AS ESTRATÉGIAS QUE IDOSOS COM DOENÇAS CRÔNICAS UTILIZAM PARA REALIZAREM A AUTOMEDICAÇÃO E A INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL
Vanessa Spera de Miguel (HCRP-USP - Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto USP) ; Frank Roger Defanti E Souza (HCRP-USP - Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto USP) ; Carla Silva Santana (HCRP-USP - Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto USP)

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Necessidades Humanas Fundamentais de Handerson

1 – Respirar normalmente:
Nesta primeira necessidade, a dimensão biofisiológica manifesta-se na manutenção das características essenciais (como a frequência, ritmo, amplitude, etc.). A dimensão psicológica manifesta-se através da ansiedade e do stress enquanto que a dimensão cultural manifesta-se através da disciplina pessoal da respiração e a dimensão sociológica é por exemplo o ambiente onde o indivíduo vive, poluição, tabagismo.
 A forma de satisfazer esta necessidade é individual e pessoal. Esta necessidade difere de adultos para recém-nascidos, tal como de um atleta para uma pessoa mais sedentária. A sua componente bio-fisiológica manifesta-se na respiração celular e pulmonar, tal como na relação existente entre o aparelho e circulatório, muscular, nervoso e outros. Existe também uma componente psico-cultural, como por exemplo as emoções vividas, o medo, a raiva, a cólera, etc.

2- Comer e beber adequadamente:
A dimensão biofisiológica desta necessidade revela-se, por exemplo, no movimento das mãos em direcção à boca, mastigação, deglutição e digestão dos alimentos. Esta necessidade é também influenciada por uma dimensão psicológica que se manifesta por exemplo na ansiedade, anorexia, polifagia de origem nervosa. A sua dimensão sociológica revela-se no tipo de alimentação de acordo com o meio em que o indivíduo se encontra, enquanto que a dimensão cultural depende da raça, da religião, da nacionalidade, por exemplo o horário das refeições e o tipo de alimento, da cultura em que cada um está inserido.
Esta necessidade está também ligada a outras necessidades, como a de comunicar, eliminar, sentir-se útil, e varia consoante a maturidade de cada ser. Assim a capacidade que o indivíduo tem para ser independente quanto à sua alimentação e hidratação depende de vários factores.

3- Eliminar:
Esta necessidade inclui a eliminação renal, intestinal, respiratória e cutânea.
        Na dimensão biofisiológica manifesta-se a capacidade de eliminação urinária, intestinal, etc. A dimensão psicológica é por exemplo a ansiedade, o stress, repulsão. A dimensão sociológica manifesta-se na organização e controle sanitário, e na salubridade dos locais públicos, enquanto que a dimensão cultural desta necessidade revela-se no valor que se atribui à higiene em determinadas culturas.
Esta necessidade varia consoante a idade e saúde do indivíduo.

4- Movimentar-se, conservar uma postura correcta:
A independência na satisfação desta necessidade difere da criança para o adulto, de uma paraplégico para um atleta.
A dimensão biofisiológica manifesta-se através dos sistemas muscular, esquelético, cardiovascular e nervoso, que influenciam a capacidade do indivíduo em movimentar-se e em manter uma postura correcta. A dimensão psicológica revela-se no sedentarismo, hábitos pessoais de comportamento enquanto que a dimensão sociológica emerge na organização dos desportos e dos locais de exercícios. A dimensão cultural desta necessidade manifesta-se no valor que se dá aos desportos e ao exercício, numa determinada família e cultura.

 5- Vestir-se e despir-se:
A dimensão biofisiológica desta necessidade manifesta-se na capacidade do indivíduo ao nível neuro-muscular. A dimensão psicológica revela-se no estado de consciência, importância que se atribui à roupa e à aparência pessoal, vergonha,  pudor, enquanto  que na dimensão  sociológica manifestam-se as modas, as normas sociais e o ambiente, nomeadamente o clima, entre outros.
Assim na dimensão cultural emergem os limites impostos no modo de vestir pela religião ou cultura, nomeadamente nas mulheres.
Muitas das vezes cabe à enfermeira vestir e despir o doente aquando a prestação de cuidados, sendo necessário atender ao pudor determinado pelo grupo sócio-cultural, pela idade e pelo sexo ao qual o indivíduo pertence. O desrespeito do pudor de um indivíduo leva à não satisfação desta necessidade.

6- Dormir e repousar:
O funcionamento de vários subsistemas influencia a qualidade do sono e do repouso físico e mental.
A privação do sono provoca perturbações físicas e psíquicas.
Os aspectos da dimensão bio-fisiológica do sono e do repouso, variam de acordo com factores como a saúde do indivíduo ou a sua idade.
A dimensão psicológica desponta na ansiedade, no stress, nos hábitos pessoais de vigília e sono, assim como a dimensão sociológica desta necessidade revela-se no horário de se deitar e levantar em função do trabalho. A dimensão cultural emerge no valor que se dá ao trabalho e ao descanso em cada altura.
Esta necessidade pode também divergir entre épocas, por exemplo, pode variar entre um período de maior stress para o indivíduo e um período mais calmo da sua vida.
O funcionamento de vários subsistemas (como por exemplo o cardio-respiratório, gastrointestinal, neuro-muscular, entre outros) influencia a qualidade do sono e do repouso físico e mental. Assim é por vezes necessário recorrer à terapia ou a técnicas de relaxamento que facilitem o sono.

7- Manter a temperatura corporal nos limites normais:
A sua dimensão biofisiológica manifesta-se por exemplo na manutenção da temperatura corporal, e esta manutenção é influenciada por factores individuais como a idade, a sua tolerância às mudanças da temperatura ambiente, a sua hidratação e nutrição, o exame físico que lhe pode estar a ser realizado e o próprio funcionamento do hipotálamo.
Assim, estes pontos constituem a interferência da dimensão bio-fisiológica na satisfação desta necessidade.
A dimensão psicológica revela-se na elevação térmica devido ao nervosismo ou ao stress, enquanto  que a sua  dimensão sociológica manifesta-se, por exemplo, no ambiente (clima / conforto da casa). A dimensão cultural desta necessidade emerge no combater o frio e o calor usando determinada roupa.  

8- Estar limpo, cuidado e proteger os tegumentos:
Nesta necessidade, as necessidades de higiene diferem sempre que existem alterações na saúde do indivíduo.
A dimensão biofisiológica desta necessidade manifesta-se na integridade dos tegumentos. A sua dimensão psicológica revela-se no estado de consciência do indivíduo e na diafurese devido à tensão. A sua dimensão sociológica manifesta-se na salubridade do modo de vida e do trabalho, enquanto que a sua dimensão cultural emerge no significado da higiene e da limpeza no seio da família e da cultura.
Nesta necessidade as diferenças socioculturais existentes entre determinados grupos, influenciam também os hábitos de higiene de cada indivíduo, assim como a manutenção do seu corpo.

9- Evitar os perigos ambientais e evitar ferir os outros:
Os perigos evidenciados nesta necessidade podem despontar tanto do ambiente interno como do externo.
A sua dimensão biofisiológica emerge nos limites sensoriais como a visão e a audição. Manifesta-se também no desequilíbrio, nas imunidades e inflamações. A dimensão psicológica desta necessidade revela-se nas limitações intelectuais e nas perturbações do pensamento, enquanto que a sua dimensão sociológica manifesta-se na regulamentação para prevenir perigos e preservar a saúde do trabalhador, bem como em medidas de segurança laboral, por exemplo o uso de máscara. A dimensão cultural desta necessidade revela-se na exposição aos perigos em consequência de certas ideologias.

10- Comunicar com os seus semelhantes:
 Os aspectos fisiológicos desta necessidade manifestam-se na comunicação verbal, que abarca a articulação das palavras, a fonação, os movimentos da mão, a expressão facial, entre outros.
A sua dimensão biofisiológica manifesta-se em todas as expressões verbais e não verbais, bem como na capacidade física de se relacionar com os outros. A dimensão psicológica desta necessidade revela-se na perturbação emotiva e na capacidade para expressar sentimentos, enquanto que a sua dimensão sociológica emerge na liberdade para exprimir os seus sentimentos, bem como no controlo social. A sua dimensão cultural manifesta-se na extroversão e introversão características de determinadas culturas.
Assim, o modo como certos grupos sociais exprimem as suas emoções, é influenciado pela aceitação tanto da forma como do conteúdo. Deste modo se um indivíduo não puder satisfazer sozinho esta necessidade, a enfermeira deve ajudá-lo a satisfazê-la.

11- Praticar a sua religião ou agir segundo as suas crenças e valores:
A sua dimensão bio-fisiológica revela-se na independência física do indivíduo, bem como na sua imobilidade, debilidade, enfermidade. A dimensão psicológica desta necessidade manifesta-se na ansiedade, que pode estar relacionada com a enfermidade do indivíduo. A sua dimensão sociológica manifesta-se por exemplo na degradação dos lugares de culto, enquanto que a sua dimensão cultural revela-se na pertença a uma determinada religião e aderência a uma certa filosofia.
Assim, a aderência a determinada ideologia por parte do indivíduo é condicionada pelo seu estado de saúde, podendo este afastar ou aproximar o indivíduo dessa ideologia, dependentemente dos casos.
A independência física do indivíduo pode ajudá-lo a satisfazer esta necessidade

12- Ocupar-se de forma a sentir-se útil:
Esta necessidade é uma necessidade que está presente em todas as épocas da vida de um indivíduo.
A sua dimensão biofisiológica manifesta-se na maior parte das actividades realizadas por este, que dependem das suas capacidades físicas. A sua dimensão psicológica manifesta-se no estado de consciência do indivíduo, bem como na depressão, confiança em sim mesmo e educação. A dimensão sociológica desta necessidade revela-se na disponibilidade dos meios educativos e culturais, enquanto que a sua dimensão cultural emerge no valor que se atribui à produtividade e ao trabalho no seio de determinada cultura.
A independência relativamente a esta necessidade varia de indivíduo para indivíduo, bem como as suas actividades.
Esta necessidade é caracterizada por factores como a idade do indivíduo, a sua profissão (lugar ocupado na estrutura familiar e social, valorização do sucesso profissional, ambição), a sua autonomia (tomada de decisões e assunção das consequências) e auto-estima (percepção do seu valor pessoal), a aceitação das suas acções, o domínio das regras sociais e os seus gostos e interesses.

13- Recrear-se:
 O divertimento e recreação são necessidades fundamentais a todos os indivíduos ao longo da sua vida.
A sua dimensão biofisiológica manifesta-se no estado de saúde do indivíduo, que influencia directamente a escolha da actividade recreativa, bem como na capacidade de movimentos. A dimensão psicológica desta necessidade revela-se no estado de consciência do indivíduo e na sua capacidade pessoal de se relacionar com os outros, enquanto que a dimensão sociológica revela-se nas organizações desportivas e culturais para as diferentes idades. A sua dimensão cultural manifesta-se em restrições que se impõem às mulheres em determinadas culturas.
Quando o indivíduo adoece esta necessidade toma uma importância especial, pois quando o indivíduo está debilitado todas as actividades devem ser planeadas tendo em conta a sua situação.
Esta necessidade é caracterizada por factores como a idade do indivíduo, os seus gostos e interesses, as suas actividades de distracção habituais, o tempo que despende em actividades recreativas, as suas influências culturais, as condições de acesso às actividades recreativas desejadas e a relação com a satisfação de outras NHF’s (capacidades físicas, tensões e emoções, …).

14- Aprender:
Todos os indivíduos procuram satisfazer a sua curiosidade e aumentar o seu conhecimento.
A dimensão biológica manifesta-se na inteligência, e a dimensão fisiológica manifesta-se na integridade dos sentidos.
A sua dimensão psicológica revela-se no estado de consciência, na capacidade intelectual e nas perturbações do pensamento (por exemplo com a memória, entre outros), enquanto que a dimensão sociológica manifesta-se disponibilidade dos serviços de educação e no grau de evolução do agregado familiar. A dimensão cultural revela-se no valor que se dá à educação e à informação sobre a saúde e enfermidade, numa certa cultura.
A prevenção dos problemas de saúde suscita necessidades de aprendizagem específicas. Esta necessidade está particularmente ligada à necessidade de ser útil e de recreação, mas põe ser condição essencial para o restabelecimento da independência na satisfação de todas as necessidades.
Esta necessidade é caracterizada por factores como a idade do indivíduo, as suas capacidades psico-cognitivas, o seu nível de motivação (receptividade, expressão de interesse em aprender), o ambiente que o rodeia, a cultura a que pertence, a interacção desta NHF com várias outras e a sua capacidade de adaptação (saúde, doença, eventos – transições).



Assim podemos dizer que para Virgínia Henderson todas as necessidades se encontram interrelacionadas, sendo a satisfação de qualquer uma destas necessidades diferente de indivíduo para indivíduo, variando com os factores biofisiológicos, psicológicos, sociais e culturais e com a sua percepção própria de “correcto” ou de “normal”.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A morte e o morrer…

“É certo que morrer nunca foi verdadeiramente fácil, mas as
sociedades tradicionais tinham o costume de rodear o
moribundo e de receber as suas comunicações até ao último
suspiro. Hoje, nos hospitais e clínicas, principalmente já não se
comunica com o moribundo. Ele já não é escutado como um ser
racional; é apenas observado como objecto clínico, isolado
quando possível, como um mau exemplo, e tratado como uma
criança irresponsável cuja palavra não tem sentido nem
autoridade. Ele beneficia sem dúvida duma assistência clínica
mais eficiente do que a companhia fatigante de parentes e
vizinhos. Converteu-se, porem, ainda que bem tratado e
conservado muito tempo, numa coisa solitária e humilhada.
A morte recuou e trocou a casa pelo hospital: está
ausente do mundo familiar do dia-a-dia. O homem de
hoje, em consequência de não a ver suficientes vezes e
de perto, esqueceu-a: ela tornou-se selvagem e, a
despeito do aparelho cientifico que a envolve, perturba
mais o hospital, lugar de razão e de técnica, do que o
quarto da casa, sede dos hábitos da vida quotidiana.”
(Ariès)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Principais Conceitos



Conceito de Pessoa:
Virgínia Henderson definia pessoa como um ser humano que é composto por uma componente biológica, psicológica, social, cultural e espiritual. Esta via o doente como um indivíduo que precisa de assistência para obter saúde e independência ou a morte pacífica. Considera que o corpo e a mente são inseparáveis e que o doente e a sua família são vistos como uma unidade. Refere-se aos humanos como um todo completo (visão holística) possuidor de necessidades básicas incluídas nas catorze componentes, pelo que essas necessidades são satisfeitas de forma individual, sem que se repita de pessoa para pessoa.
É vista como sujeito activo responsável pela sua própria saúde, que participa nas decisões e no alcance das suas metas.
Conceito de Saúde:
Henderson não apresentou a sua definição de saúde. Mas nos seus escritos, equiparou saúde a independência. Via a saúde no que concerne a capacidade do doente desempenhar as 14 componentes dos cuidados de enfermagem, sem auxílio. Ela diz que “é a qualidade da saúde e não a própria vida, a margem de vigor mental/físico que permite a uma pessoa trabalhar com maior eficácia e obter o nível de satisfação potencial mais elevado na vida”.
Conceito de Ambiente:
Henderson utilizou, para definir ambiente, o Webster’s New Collegiate Dictionary, de 1961. Neste, ambiente está definido como “o agregado de todas as condições e influencias externas que afectam a vida e o desenvolvimento de um organismo”.

Conceito de Cuidar:
É auxiliar a pessoa, doente ou saudável, na satisfação das necessidades humanas de manutenção de saúde, recuperação da doença ou de assistência para uma morte pacífica, que tem em conta uma série de factores como os princípios fisiológicos, a idade, os antecedentes culturais, o equilíbrio emocional e a capacidade física e intelectual.
Esta assistência é prestada quando a pessoa não consegue realizar as actividades por si só, devido à ausência de força, à falta de vontade e à falta de conhecimentos afim de conservar ou de restabelecer a sua independência na satisfação das necessidades humanas fundamentais.
Pressupõe a realização do tratamento prescrito pelo médico.
É encarado como uma acção que a enfermeira leva a cabo no desenvolvimento da sua função específica, actuando segundo critérios de ajuda segundo o nível de dependência identificado na pessoa.
É o aspecto central do trabalho, da função da enfermeira. É esta que inicia e controla e em que é dona da situação.
Cuidados preventivos – prevenção primária
Cuidados curativos – prevenção secundária
Cuidados de reabilitação – prevenção treceária.

Níveis de intervenção:
Prevenção primária – Manutenção e promoção da saúde e prevenção da doença
·         Objectivo:
- Sensibilizar os indivíduos para a importância da saúde
- Responsabilizar os indivíduos para a sua manutenção
- Informar os indivíduos dos perigos existentes, dos meios existentes para conservar um estado óptimo de bem-estar físico, emotivo e mental.

Conceito de Enfermagem:
Henderson definiu a enfermagem em termos funcionais. Afirmou que:
“A única função da enfermeira é assistir o indivíduo, doente ou saudável, no desempenho das actividades que contribuem para a saúde ou para a sua recuperação (ou para a morte pacifica) que executaria sem auxílio, caso tivesse força, a vontade e os conhecimentos necessários. E fazê-lo de modo a ajudá-lo a conseguir a independência tão rapidamente quanto possível”.

Conceito de Homeostasia:
É um estado de equilíbrio e de auto-regulação que se instala entre os distintos processos fisiológicos da pessoa. Este conceito aplica-se também aos aspectos psicofisiológicos.

Conceito de Independência:
Consiste em alcançar um nível aceitável de satisfação nas suas necessidades, por meio de acções apropriadas realizadas por si mesmo, sem ajuda de outra pessoa.

Conceito de Dependência:
Incapacidade do sujeito para adoptar comportamentos ou realizar por si: mesmo sem ajuda de outro, acções que lhe permitam alcançar um nível aceitável de satisfação das suas necessidades.

terça-feira, 7 de maio de 2013

ESEAR


No ano de 1952, o Curso de Enfermagem Geral foi reformulado, passando de dois parar três anos. Manteve-se o Curso de Auxiliares de Enfermagem, com a duração de um ano. Criou-se o Curso de Enfermagem Complementar, que se destinava a enfermeiros que exerciam funções de chefia e a monitores de escolas de Enfermagem. A realização de estudos de caso e relatórios representaram as primeiras tentativas de definição e sistematização dos cuidados de enfermagem, e refletem o interesse em basear as ações na análise da história do doente, com o objetivo de orientar os alunos nos cuidados com o mesmo. Resulta também uma preocupação de um ensino não apenas centrado no diagnóstico médico.
No Curso de Enfermagem Geral enfatizou-se o saber fazer. Dava uma formação que seria reconhecida em qualquer área de enfermagem de base e em qualquer dos níveis preventivo, curativo e de reabilitação. Estes alunos estariam preparados para trabalhar na área hospitalar e de saúde pública. O conceito de doença foi substituído pelo de saúde. Contribuiu para uma aproximação ao modelo holístico hoje utilizado.
Na reforma de 1976 extinguiu-se o Curso de Auxiliares de Enfermagem, e criou-se um único Curso de Enfermagem de 3 anos, com o objetivo de dar uma formação básica polivalente, preparar os enfermeiros para atuarem como agentes da transformação da realidade atual e não apenas enquadrarem-se nela. Deu-se grande ênfase às ciências da saúde, e integração dos conceitos de saúde mental e de saúde comunitária, de pedagogia, de gestão e de investigação.
Na reforma de 1987 foi aprovado um outro plano de estudos que integra alguns princípios e orientações metodológicas semelhantes aos do ensino superior. Durante o período de 1988 a 2007 assiste-se a toda uma evolução no ensino da Enfermagem em Portugal, como resposta à necessidade de elevação da qualidade do mesmo a padrões internacionais e, mais especificamente, europeus.
O primeiro passo foi o estabelecimento do 12º ano como condição preferencial de acesso ao mesmo, medida aprovada ainda em 1985. O Decreto-lei nº 480/88 de 23 de Dezembro oficializa então a definitiva integração do ensino de Enfermagem no sistema de ensino nacional, a nível do ensino superior politécnico. Como consequência direta, a Escola de Enfermagem de Artur Ravara (EEAR) passa a denominar-se Escola Superior de Enfermagem de Artur Ravara (ESEAR).
A 17 de Março de 1990 dá-se a regulamentação do curso de Bacharelato em Enfermagem que define a estrutura do curso e um mês depois é aprovado o plano de estudos proposto pela Escola. Este terá a duração de 3 anos, englobando as componentes teórica e prática. O objetivo geral do curso era o de formar enfermeiros que adquirissem e demonstrassem múltiplas capacidades. Entre essas competências destacam-se a gestão em enfermagem, o acompanhamento do progresso científico característico da profissão, o desenvolvimento de consciência profissional e a capacidade de prestação de cuidados globalizados de enfermagem, sendo estes não só dirigidos ao indivíduo, mas também à família e comunidade. O passo evolutivo seguinte deu-se após a regulamentação dos Cursos de Estudos Superiores Especializados (CESE), em 1994. Um ano depois, são adicionados à oferta formativa da Escola dois desses cursos, que conferiam o grau de licenciatura e diploma de especialização em Enfermagem. O primeiro destes cursos a ser ministrado foi o CESE em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, em 1995. A este seguiu-se o CESE em Enfermagem ao Indivíduo Adulto e Idoso em Situação de Doença Crónica, iniciado no ano de 1997. Em 1999 é reconhecida a criação do Curso de Licenciatura em Enfermagem, como resultado de um processo de reestruturação que uniformizou o plano de estudos do curso de Bacharel e dos CESE’s, dando origem a um curso de 4 anos menos centrado no ciclo de vida familiar. A história da ESEAR como organização independente termina com a integração na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL), onde passa a existir como pólo da mesma. A fusão que deu origem à ESEL ocorreu em 2007.
Após a reforma de 1952 há provas da vida associativa dos alunos. Uma dessas provas, encontrada no Centro de Documentação da ESEAR, É o boletim mensal chamada Vírus Ravara onde eram publicados artigos ligados á vida na Escola e a atividades culturais e sociais.
Atualmente a ESEAR deixou de existir como escola e passou a ser um pólo integrante da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL), a qual resultou da junção das quatro escolas públicas de Lisboa.