No
ano de 1952, o Curso de Enfermagem Geral foi reformulado, passando de dois
parar três anos. Manteve-se o Curso de Auxiliares de Enfermagem, com a duração
de um ano. Criou-se o Curso de Enfermagem Complementar, que se destinava a
enfermeiros que exerciam funções de chefia e a monitores de escolas de
Enfermagem. A realização de estudos de caso e relatórios representaram as
primeiras tentativas de definição e sistematização dos cuidados de enfermagem,
e refletem o interesse em basear as ações na análise da história do doente, com
o objetivo de orientar os alunos nos cuidados com o mesmo. Resulta também uma
preocupação de um ensino não apenas centrado no diagnóstico médico.
No
Curso de Enfermagem Geral enfatizou-se o saber
fazer. Dava uma formação que seria reconhecida em qualquer área de
enfermagem de base e em qualquer dos níveis preventivo, curativo e de
reabilitação. Estes alunos estariam preparados para trabalhar na área
hospitalar e de saúde pública. O conceito de doença foi substituído pelo de
saúde. Contribuiu para uma aproximação ao modelo holístico hoje utilizado.
Na
reforma de 1976 extinguiu-se o Curso de Auxiliares de Enfermagem, e criou-se um
único Curso de Enfermagem de 3 anos, com o objetivo de dar uma formação básica
polivalente, preparar os enfermeiros para atuarem como agentes da transformação
da realidade atual e não apenas enquadrarem-se nela. Deu-se grande ênfase às
ciências da saúde, e integração dos conceitos de saúde mental e de saúde
comunitária, de pedagogia, de gestão e de investigação.
Na
reforma de 1987 foi aprovado um outro plano de estudos que integra alguns
princípios e orientações metodológicas semelhantes aos do ensino superior. Durante
o período de 1988 a 2007 assiste-se a toda uma evolução no
ensino da Enfermagem em Portugal,
como resposta à necessidade de elevação da qualidade do mesmo a padrões
internacionais e, mais especificamente, europeus.
O
primeiro passo foi o estabelecimento do 12º ano como condição preferencial de acesso ao mesmo, medida aprovada ainda em
1985. O Decreto-lei nº 480/88 de 23 de Dezembro oficializa então a definitiva
integração do ensino de Enfermagem no sistema de ensino nacional, a nível do
ensino superior politécnico. Como consequência direta, a Escola de Enfermagem
de Artur Ravara (EEAR) passa a denominar-se Escola
Superior de Enfermagem de Artur Ravara (ESEAR).
A 17
de Março de 1990 dá-se a regulamentação do curso de Bacharelato em Enfermagem
que define a estrutura do curso e um mês depois é aprovado o plano de estudos proposto
pela Escola. Este terá a duração de 3 anos, englobando as componentes teórica e
prática. O objetivo geral do curso era o de formar enfermeiros que adquirissem
e demonstrassem múltiplas capacidades. Entre essas competências destacam-se a
gestão em enfermagem, o acompanhamento do progresso científico característico
da profissão, o desenvolvimento de consciência profissional e a capacidade de
prestação de cuidados globalizados de enfermagem, sendo estes não só dirigidos
ao indivíduo, mas também à família e comunidade. O passo evolutivo seguinte deu-se
após a regulamentação dos Cursos de Estudos Superiores Especializados (CESE),
em 1994. Um ano depois, são adicionados à oferta formativa da Escola dois
desses cursos, que conferiam o grau de licenciatura e diploma de especialização
em Enfermagem. O primeiro destes cursos a ser ministrado foi o CESE em
Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, em 1995. A este seguiu-se o CESE em
Enfermagem ao Indivíduo Adulto e Idoso em Situação de Doença Crónica, iniciado
no ano de 1997. Em 1999 é reconhecida a criação do Curso de Licenciatura em
Enfermagem, como resultado de um processo de reestruturação que uniformizou o
plano de estudos do curso de Bacharel e dos CESE’s, dando origem a um curso de
4 anos menos centrado no ciclo de vida familiar. A história da ESEAR como
organização independente termina com a integração na Escola Superior de
Enfermagem de Lisboa (ESEL), onde passa a existir como pólo da mesma. A fusão
que deu origem à ESEL ocorreu em 2007.
Após
a reforma de 1952 há provas da vida associativa dos alunos. Uma dessas provas,
encontrada no Centro de Documentação da ESEAR, É o boletim mensal chamada Vírus Ravara onde eram publicados artigos
ligados á vida na Escola e a atividades culturais e sociais.
Atualmente
a ESEAR deixou de existir como escola e passou a ser um pólo integrante da
Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL), a qual resultou da junção das
quatro escolas públicas de Lisboa.
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