Capítulo 1: caminho da e evolução da enfermagem até à consolidação
da profissão como hoje se apresenta, mostrando o inicio marcado pela caridade
cristã, a evolução das funções do enfermeiro em Portugal e a regulamentação da
profissão. Explicam-se dados estatísticos da evolução da enfermagem como
carreira, das áreas de especialização e do número de enfermeiros em Portugal e
da evolução enquanto ensino (numero de escolas criadas, tipos de cursos e
reformas criadas).
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Sempre existiram cuidados de enfermagem, prestados pelas
mulheres como instinto maternal e para prolongar a vida e afastar o sofrimento
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Profissão organizada surge no séc. XIX
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Ensinamentos de Cristo tiveram grande influência na
enfermagem e no surgir de novos enfermeiros – necessidade de amar a Deus e ao
próximo
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Começou por ser uma actividade de mulheres convertidas
ao cristianismo que faziam o seu caminho de caridade e santificação
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Febe – primeira enfermeira visitadora (enfermagem
domiciliária)
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No período antes da idade média o concilio de Niceia
ordenou aos bispos que construíssem hospitais e casas de tratamento ficando com
a chefia a seu cargo. Até aqui os cuidados eram prestados no domicílio ou nos
conventos
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No séc. XI foi fundada a ordem dos enfermeiros
militares que cuidavam dos doentes e ajudavam os cruzados a combater com os
muçulmanos
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A Europa do séc. XIV é marcada pela peste, Catarina de
Siena, destacou-se nos cuidados aos enfermos com peste
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Surgiu em Portugal as misericórdias (séc. XIV), e as
ordens espalhadas pela Europa tais como Ordem Hospitaleira de S.João de Deus;
Ordem dos ministros dos enfermos; Filhos da caridade têm ainda hoje influência
nos cuidados de saúde
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Renascimento e iluminismo trouxeram deterioração dos
hospitais e cuidado aos enfermos devido á dissolução das ordens religiosas
católicas que tinham grande influência
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As sociedades protestantes organizaram um modelo
semelhante ao católico (Elizabeth Fry foi uma protestante com relevo)
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Aprece de novo a enfermagem com influência do
cristianismo – Florence Nightingale
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Séc. XVIII – enfermagem apenas com o objectivo de
aplicação de medicamentos e tratamentos sob prescrição médica
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Inicio séc. XX, cuidados muito rudimentares, não havia
formação básica. Necessidade de melhorar os cuidados de enfermagem
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No séc XIX Florence e Ethel Fenwick contrapõem-se. a
segunda apoiava o registo obrigatório das enfermeiras (conseguiu 1919)
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Portugal: 1956 – profissão exclusiva dos detentores de
diploma; 1973 – desde esta data que se prepara a ordem dos enfermeiros; 1998 –
registo obrigatório
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Em 1996 surge REPE que vem definir conceitos de
enf, caracterizar cuidados de enf, a competência dos profissionais, e a
responsabilidade, direitos e deveres dos prof.
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Definição de enfermagem: com objectivo e alvo de
intervenção. Prestar cuidados ao ser humano, são ou doente, ao longo do ciclo
vital e aos grupos sociais em que está integrado, de forma a manter, melhorar e
recuperar a saúde, ajudando a atingir a máxima capacidade funcional o mais
rápido possível.
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Relação de ajuda aparece como fundamento dos cuidados
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Metodologia científica
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Formas de actuação: fazer por, ajudar, orientar,
supervisar, encaminhar e avaliar
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Intervenções autónomas e independentes
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Ordem dos enfermeiros (1998) –
objectivo: promover a qualidade de cuidados de enf prestados á população bem
como o desenvolvimento, a regulamentação e o controlo do exercício da profissão
de enf assegurando a observância da ética e deontologia profissional. Âmbito
nacional, organização regional.
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Carreira Profissional: dois tipos
de enf. uns com mais formação técnica, outros com mais formação prática
(proposto por Florence). 1967 surge o diploma da carreira profissional
(hospitalar, saúde publica, ensino)
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Actualmente 3 níveis com diferentes áreas de actuação:
1 (enf. e enf. graduados); 2 (enf. especialista e enf. chefe); 3 (enf. supervisor).
Os 1 e 2 devem prestar cuidados, avaliando e implicando a família do utente. O
3 deve actuar, gerindo serviços e pessoal e promovendo investigação
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Evolução do curso: 1918 – inicio da
regulamentação do curso com 3 anos. “Postilha religiosa e arte dos enfermeiros”
– primeiro manual de enfermagem. 1919 – exigido diploma para pertença quadros.
1942 – mais condições no ensino da enf. 1952 – organização definitiva do curso
(curso geral, curso auxiliares e curso complementar). Escolas oficiais e
particulares. Melhoria formação monitores. Idade mínima 18 anos, robustez
física e bom comportamento moral exemplar. Plano estudos: aulas práticas,
teóricas e estágios. Final curso exame. 1965 – abertura correntes
internacionais. 1976 – estrutura e conteúdos curriculares alterados (pré-curso
liceu). 1988 – integração no ensino superior politécnico. 1991 – Universidade
católica abre curso enf. 1998 – 37 escolas publicas e privadas a funcionar
Capítulo 2: Concepção de
enfermagem hoje com base no caminho da construção do Saber enfermagem que é
continuamente transmitido e aprofundado para se chegar a uma filosofia de
cuidados de enfermagem para o nosso tempo, com uma cultura ainda marcada pelo
cristianismo, mas onde os utentes têm cada vez mais consciência dos seus
direitos e exigem mais qualidade. A pessoa e a família são o foco da atenção,
sendo a saúde um projecto individual e colectivo em interacção com o meio em
que estão inseridos e em que a enfermagem se apresenta como resposta ás
necessidades de promoção da saúde, prevenção e recuperação da doença e/ou
alivio do sofrimento.
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Primeiras décadas do séc XX a formação era em
hospitais (aprender fazendo) – não se pensava em conceitos ou teorias. Á medida
que o tempo passou houve necessidade de desenvolver um conhecimento próprio
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1952 – “Nursing Research” – revista de investigação em
enfermagem
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Virginia Henderson (1961) – desenvolveu conceito de
enfermagem e definiu as 14 NHF
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Modelo holístico – função cuidativa diferente da
função curativa – seres humanos unitários (homem-vida-saúde)
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Muitos modelos – prejudicial – procurou-se uma base
comum: pessoa, ambiente, saúde, enfermagem
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Pessoa como foco de atenção: o enfermeiro presta os
cuidados eu a pessoa não consegue prestar a si própria devido à fase de
desenvolvimento e /ou processo de transição
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Família – grupo de cuidados mais próximo – igualmente
alvo dos cuidados
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Conceitos de doença e saúde – modelados pelas crenças
e valores – individuais
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Ambiente – influencia a doença e o conceito de saúde nas
suas componentes: física, social, organizacional, cultural e politica
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Comunidade actua nos diferentes contextos da vida e os
enfermeiros desenvolvem a promoção da saúde, os comportamentos saudáveis, a
prevenção da doença e o diagnóstico precoce. Trabalham com o objectivo de ter
soluções para os problemas de saúde.
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Enfermagem (CIPE): inclui cuidados autónomos e
colaborativos que se prestam a pessoas de todas as idades, famílias, grupos,
comunidades, enfermos ou sãos, em todos os contextos, e incluem a promoção da
saúde, prevenção da doença e cuidados aos enfermos, deficientes e moribundos.
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Funções essenciais do enfermeiro: defesa,
promoção ambiente seguro, investigação, participação na politica de saúde,
gestão de pacientes e sistemas de saúde e formação
Capítulo 3: horizonte ético para a acção dos enfermeiros. A partir
da vocação para cuidar reflecte-se sobre a deontologia e os fundamentos éticos
do agir profissional, para concluir que para além do puro cumprimento do dever,
a vulnerabilidade daquele que sofre exige ao enfermeiro um cuidado justo.
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Séc. XIX a enfermagem era vista como uma profissão
duvidosa, de mulheres não dignas
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Florence Nightingale lutou para que isto acabasse e
descreveu a enfermagem como “the finest of the fine arts”. Segundo Florence as características
da enfermeira deveriam ser: inteligência, disciplina, sacrifício,
dedicação, sobriedade, honestidade, conformismo, falta de ambição profissional
e submissão. Tudo isto contribuía para um carácter virtuoso.
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Durante muitos anos a enfermeira era vista como fiel
colaboradora do médico
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Séc. XX dava-se ênfase aos procedimentos técnicos para
aprendizagem rápida (para poder colaborar com o médico)
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Foi a investigação científica dos enfermeiros que
vieram autonomizar a profissão
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Ainda hoje a enfermagem é uma “vocação”
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Características dos enfermeiros hoje: relação humana
(bom comunicador, empático, sensível…), Virtudes éticas (solidariedade,
altruísmo…), Maturidade (responsável, maduro…), Expressividade (dedicado,
adaptável, curioso…), Saber (conhecimentos)
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1949 – libéria – introduzido primeiro código de ética
profissional
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1953 – CIPE – código de ética enfermagem
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1973 – retirada a cláusula de lealdade e obediência ao
médico
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1950 – primeiro código de ética ANA (american nursing
association)
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1976 – Substituição de lealdade ao médico por lealdade
ao paciente
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Código deontológico – conjunto articulado e coeso de
deveres profissionais (forma agir do enfermeiro) que os autores se comprometem
a cumprir
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Enfermeiro deve sempre agir com o máximo de qualidade nos
cuidados e comunicar as deficiências existentes
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Respeito pelos direitos das pessoas mais vulneráveis
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Direito ao respeito pelas opções de vida (respeitar
religiões, não fazer juízos de valor)
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Igualdade de todos (independentemente da idade)
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Integridade física (recusa de práticas de tortura,
tratamento cruel, Promoção da qualidade de vida, Consentimento informado,
defesa interesses pessoais, Explicar os procedimentos, Salvaguardar a
privacidade e intimidade, Confidencialidade e anonimato, Cuidados rápidos e bem
prestados, Possibilidade de escolher o cuidador, actualização constante de
conhecimentos, cuidados continuados e personalizados, cuidados humanizados
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Ética em enfermagem: necessidade de escolhas todos os
dias
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Questões éticas analisadas com base pessoa – saúde –
ambiente - cuidado enfermagem
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Cuidado: além do respeito pelo outro (partilhar a dor,
aliviar o sofrimento). É necessário conhecer o outro, respeitar o seu tempo.
Exige confiança e compromisso
Capítulo 4: Principais desafios com que os enfermeiros se
confrontarão num futuro próximo: mudanças demográficas, complexidade dos
cuidados e a segurança que lhes é exigida numa prática cada vez mais em equipa,
as implicações da investigação em enfermagem e necessidade de formação
permanente.
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População envelhecida para o futuro terá grande
impacto
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Séc. XXI – capacidade de trabalhar com cada vez mais
tecnologias
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Maiores desafios ao trabalho com idosos
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Doentes/utentes mais informados e mais atentos
(internet como recurso para diagnóstico)
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Doentes mais conscientes dos seus direitos e mais
exigentes
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Aumento da investigação e conhecimentos próprios que
aumentam e melhoram a qualidade dos cuidados de enfermagem para os utentes