quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

AS NECESSIDADES HUMANAS E OS FACTORES QUE PODEM INFLUENCIAR NA SUA SATISFAÇÃO


DESCRIÇÃO da NECESSIDADE

DIMENSÕES

biofisiológica

psicológica
sociológica

cultural / espiritual

RESPIRAR

Inspiração:
·         Aporte essencial de oxigénio.
·         Difusão de gases a nível pulmonar.
·         Trocas a nível celular.
Expiração:
·         Expulsão de gás carbónico e de vapor de água.
·         Manutenção das características essenciais (frequência, ritmo, amplitude), ruídos respiratórios), tosse
·         Alteração orgânica, obstrução, imaturidade ou envelhecimento.
·         Taxa de Ferro no sangue
·         Fadiga.
·         Ansiedade e stress.
Ambiente:
·         Poluição, tabagismo. Estilo de vida. Desportos ao ar livre, exercício, arejamento e humidade dos diferentes locais, altitude.
·         Disciplina pessoal da respiração (Controle voluntário): meditação, ioga, etc.
ALIMENTAR-SE E HIDRATAR-SE
·         Ingestão, digestão e absorção de água, de electrólitos e de nutrientes essenciais para a vida.
·         Capacidade de mastigar, de deglutir, de digerir e de absorver os alimentos.
·         Qualidade e quantidade dos líquidos e nutrientes, segundo as necessidades do organismo. Equilíbrio eletrólitico. Envelhecimento. Alteração orgânica. Equilíbrio hormonal e enzimático.
·         Ansiedade, anorexia, polifagia de origem nervosa. Estado afectivo e utilização dos mecanismos de defesa: compensação / sublimação / Medo.
·         Gratificação, hábitos pessoais relacionados com a absorção de alimentos ou de bebidas alcoólicas.
·         Imagem corporal desejada.
·         Repulsa a certos alimentos.
·         Ambiente. Tipo de alimentação de acordo com o meio. Horário das refeições. Escolha dos alimentos.
·         Clima afectivo da família durante as refeições. Limites impostos pelo trabalho: sanduiches, refeições nos restaurantes, solidão.
·         Organização do domicilio
·         Restrições religiosas. Jejuns.
·         Costumes familiares.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

BETTY NEUMAN


Nasce em 1924, em Ohio. Filha de um pai agricultor e uma mãe que trabalha na quinta, desenvolve um certo gosto pelo campo, onde a pobreza é maior, o que lhe permite adquirir compaixão por pessoas com necessidades.
Completa a sua formação em enfermagem, em 1947, na Peoples Hospital School of Nursing e muda-se para Los Angeles. Aqui, trabalha em variados serviços de enfermagem, tais como a prestação direta de cuidados e como enfermeira chefe, escolar e do trabalho. Envolve-se no ensino clínico em diversas áreas como a médico cirúrgica, a doença transmissível e os cuidados intensivos. Dado o seu interesse pelo comportamento humano, especializa-se em saúde pública e psicologia na UCLA, concluindo em 1957 o seu bacharelato e mais tarde ainda, em 1966, o mestrado em Saúde Mental. Tira o doutoramento em psicologia clínica, em 1985.
Neuman torna-se pioneira da enfermagem ao tornar a profissão abrangente à saúde mental, tendo desenvolvido também um programa de saúde mental comunitária para enfermeiras ao nível do pós mestrado.
Em 1970, concebe o modelo por que é conhecida, Modelo de Sistemas, inicialmente desenvolvido para integrar a compreensão dos alunos sobre as variáveis do cliente que expandem a enfermagem para além do modelo médico, tendo-o publicado só em 1972.
Atualmente, Betty Neuman exerce no privado, como terapeuta clínica do casamento e da família licenciada, enfatizando o aconselhamento cristão. Lidera ainda um grupo de apoiantes do seu modelo e é consultora internacional de escolas e agências da prátrica de enfermagem que adotaram o seu modelo.

FONTES TEÓRICAS
Neuman concebeu o modelo partindo de teorias seguras em vez de partir da investigação em enfermagem. Sintetiza e engloba conhecimentos de diversas disciplinas e teorias filosóficas, bem como a sua especialização em enfermagem de saúde mental. O seu modelo considera os organismos vivos enquanto sistemas abertos e baseia-se na teoria geral dos sistemas, que afirma que todos os elementos, organizados complexamente, estão em interação.
O Modelo de Sistemas apoia-se na teoria de Gestalt, que defende o conceito de homeostasia como sendo o processo através do qual um organismo mantém o seu equilíbrio, ou seja, se mantém saudável. Para isso, é preciso cada indivíduo satisfazer as suas necessidades (processo de adaptação) pois estas podem perturbar a harmonia do organismo, tornando-se um processo dinâmico e contínuo, por estar em constante actualização. Uma vez quebrado este equilíbrio, surge a doença e, consequentemente, a morte como falha da doença enquanto processo compensatório.
Betty Neuman baseou também o seu modelo nas perspectivas de deChardin e Marx que sugerem que os padrões do todo influenciam as propriedades das partes. Utilizou também a noção de stress, de Selye, como resposta não específica do corpo a qualquer pedido que lhe seja feito, aumentando a necessidade de reajustamento. Tensão esta causada por stressores, podendo ser estes positivos ou negativos.
Por fim, a teórica adapta ainda o conceito de níveis de prevençao do modelo de Caplan, relacionando-os com a enfermagem. Segundo Neuman, existem três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária. A primária envolve a redução da possibilidade do organismo enfrentar o stressor, enquanto a secundária e a terciária são utilizadas depois do confronto do organismo com o stressor, sendo a secundária responsável por minimizar o efeito do mesmo através do diagnóstico precoce e do tratamento eficaz dos sintomas da doença e a terciária, responsável pela redução dos seus efeitos residuais depois do tratamento.

CONCEITOS
Abordagem da totalidade do cliente – O modelo de Neuman é uma abordagem de sistemas dinâmica e aberta o cuidar do cliente que permite uma  maior compreensão com cliente em interação com ao ambiente. Enquanto sistema, o cliente pode ser considerado como pessoa, família, grupo, comunidade ou assunto.
Totalidade – O cliente é visto como um todo, cujas partes estão em interação. São consideradas todas as variáveis que afectam o sistema do cliente psicológico, fisiológico, sociocultural, de desenvolvimento e espiritual.
Sistema aberto – Caracterizado pelas trocas de energia de informação dentro da sua complexa organização, cujos componentes básicos são o stress e a reacção do organismo ao mesmo.
Ambiente – Engloba as forças externas e internas que afetam e são afetadas pelo cliente.
Negentropia – Processo de utilização de energia para progressão no sentido da estabilidade e bem-estar.
Entropia – Processo oposto à negentropia em que ocorre um esgotamento de energia, deslocando o sistema para a doença ou possível morte.
Stressores – Estímulos produtores de tensão. Podem ser inter, intra ou extrapessoais.
Bem-estar – Ocorre quando todas as partes do cliente funcionam em harmonia.
Doença – Resultado na não satisfação das necessidades do sistema, ocorrendo desarmonia entre as partes do mesmo.
Linha de defesa normal – Representa um estado de estabilidade para o organismo e funciona como padrão, permitindo detectar os desvios do habitual bem-estar.
Linha de defesa flexível – Dinâmica e passível de se alterar num curto espaço de tempo, é caracterizada por ter a função de proteção para impedir o avanço dos stressores para além da linha de defesa normal.
Linhas de resistência – Representam os factores de recurso que ajudam o cliente a enfrentar um stressor.

PRESSUPOSTOS
Enfermagem – Betty Neuman acredita que a enfermagem se refere à totalidade da pessoa, é “uma profissão única na medida em que está relacionada com todas as variáveis que afetam a resposta do indivíduo ao stress”.
Pessoa – O modelo de Neuman encara a pessoa enquanto cliente que pode ser considerado como indivíduo, família, grupo, comunidade ou questão-social. O sistema do cliente é dinâmico e está em constante mutação, possuindo inter-relações entre factores fisiológicos, psicológicos, socio-culturais, espirituaise de desenvolvimento.
Saúde – Segundo Neuman, “o bem-estar ou a estabilidade optimal indica que  as necessidades do sistema total estão a ser satsfeitas. Um reduzido estado de bem-estar é o resultado da não satisfação das necessidades do sistema. O cliente encontra-se numa dinâmica quer de bem-estar, quer de mal-estar, numa qualquer altura”, ou seja, a teórica vê a saúde como uma ligação do equilibrio ao desiquilibrio estando em constante alteração.
Ambiente – Um dos fenómenos básicos do Modelo de Sistemas, juntamente com a pessoa, mantendo ambos uma relação recíproca entre eles. O ambiente é definido como “todos os factores internos e externos que rodeiam ou interagem com a pessoa”, sendo o stressor um conceito importante para este pressuposto. Betty identifica três ambientes: interno, intrapessoal contendo todas as interações dentro do cliente; externo, interpessoal e extrapessoal com todas as interações que ocorrem fora do indivíduo; criado, inconscientemente criado e desenvolvido pelo cliente para lidar com a ameaça do stressor.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Escola de Enfermagem do Hospital de Santa Maria


Quando abriu o Hospital Escola de Lisboa criou-se também a Escola de Enfermagem do Hospital de S. Maria, que foi inaugurada em 8 de Dezembro de 1957. Após a inauguração do novo Hospital Escolar de Lisboa, tornou-se evidente a necessidade de preparação de enfermeiros e outros técnicos de saúde para manter o seu funcionamento. Assim, iniciou-se a formação de cinco cursos: formação em enfermagem, técnicos paramédicos como dietistas, técnicos de radiologia, técnicos de análises clínicas e técnicos de anatomia patológica. Na década de 1960 foram extintos os cursos mencionados e a escola passou-se a dedicar-se exclusivamente à formação em enfermagem.
Tendo em conta que havia uma escassez de enfermeiros a fundação Calouste Gulbenkian interessou-se por este assunto e resolveu dar a possibilidade à escola de enfermagem do Hospital de Santa Maria de ter melhores condições para formar enfermeiros. Assim, a fundação financiou a construção e apetrechamento de uma grande escola de enfermagem junto do Hospital de Santa Maria juntamente com o Lar das Alunas (Residência atual). O financiamento da construção da escola e da residência deu-se em 1968, com o valor de 15 600 contos. O atual conjunto de edifícios foi inaugurado em 11 de Outubro de 1972, passando a escola a ser chamada Escola de Enfermagem de Calouste Gulbenkian de Lisboa.
Em 1989, após a integração do ensino de enfermagem no Ensino Superior Politécnico, a escola passou a chamar-se Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian de Lisboa. A partir desta data, a formação inicial de enfermagem efetuada na escola passou a conferir o grau de bacharelato.
Em 1997 foram iniciados na Escola os Cursos de Estudos Superiores Especializados em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica e em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Estes cursos funcionaram apenas uma vez com dezasseis alunos cada.
Em 1999, foi instaurado o curso de licenciatura em Enfermagem que dava aos estudantes o grau académico de licenciado. Neste mesmo ano, foram criados cursos de Complemento de Formação em Enfermagem e o Ano Complementar de Formação para conceder o grau de Licenciado aos Bacharéis em Enfermagem e aos estudantes que frequentaram o Curso de Bacharelato.
A 21 de Julho de 2004 a escola viu-se envolvida no processo de fusão das quatro escolas públicas de Lisboa, com vista à criação da designada Escola Superior de Enfermagem de Lisboa.
A partir do ano letivo 2008/2012 passou a funcionar a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, tendo-se concluído a fusão das quatro escolas (Escola Superior de Enfermagem de Artur Ravara, Escola Superior de Enfermagem Francisco Gentil, Escola Superior de Enfermagem de Calouste Gulbenkian e a Escola Superior de Enfermagem Maria Fernanda Resende).


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Princípios básicos do cuidados de enfermagem, parte III

Componentes dos cuidados básicos de enfermagem

         ·Enfermeiro ajuda o doente a adaptar-se a novos instrumentos (aparelhos respiratórios por exemplo), encorajam a comer e beber, interpretam as necessidades e tem satisfazê-las, tenta reduzir ao mínimo os efeitos de tratamentos / doenças, trabalham em equipa com fisioterapeuta, dietista, médico, terapeuta, deve manter condições de segurança e conforto óptimas, deve aconselhar, deve dar espaço ao doente para que manifeste as suas necessidades ou preocupações, gerir o pessoal, ensino ao doente/família, conhecer perigos e ajudar a ultrapassá-los, ajudar o doente a conhecer-se a si próprio, incentivar á produção de trabalho para atingir a felicidade e ter aprovação publica, promover a reabilitação, seleccionar actividades de modo a que o doente se sinta útil, restaurar a independência do doente

              ·Educação para a saúde – tem que ter em conta a cultura e o nível social da família

              · O enfermeiro deve ter conhecimentos sobre hábitos, sabores e tabus alimentares

              · Respeitar a privacidade


Princípios básicos do cuidados de enfermagem, Parte II


Necessidades de todos os doentes habitualmente consideradas pelo enfermeiro e condições que as modificam.

- Assistir o doente nas NHF: dormir e repousar, comer e beber, eliminar, respirar, aprender, ocupar-se e recrear-se, manter a postura, vestir e despir, temperatura corporal, higiene, evitar perigos, comunicar, espiritualidade, realização
·       Nota: devem ser tidas em conta as qualificações pessoais para distribuição de tarefas de trabalho, pois a qualidade dos cuidados de enfermagem são afectadas pela preparação e capacidade natural dos enfermeiros
·    - Condições que afectam as NHF: idade, estado emocional, estatuto social/cultural, capacidade física e intelectual, estado patológico, apoio emocional
·    - Plano de cuidados deve ser personalizado e adaptado ao plano terapêutico médico
·    - Para a eficácia dos cuidados de enfermagem estes devem ser planeados (devem ser modificados consoante o bem-estar do doente – permite pensar nas necessidades individuais)
·    - Deve contemplar uma revisão semanal ou periódica de acordo com necessidades e patologias do doente
·    - O enfermeiro deve ensinar a família (quando o doente está no domicilio) a cuidar da pessoa e ensinar-lhe formas de reabilitação
·    - Plano de cuidados – passa pelo ensino


Princípios básicos do cuidar em Enfermagem, parte I


Relação da enfermeira com os cuidados básicos de enfermagem.

·        -  Cada qual deve desempenhar um papel diferente
·       -  Definição de enfermagem segundo Handerson: ajudar o indivíduo doente ou saudável na realização de actividades que promovam a sua saúde ou recuperação (ou morte serena), que a pessoa faria se tivesse força, vontade e conhecimento necessário para que se tornem independentes o mais depressa possível.
·       -  Pessoa – central para todos os profissionais de saúde
·       - A pessoa deve sempre sentir que está á vontade para decidir por si, a função da equipa é ajudá-la numa escolha sensata
·       - O enfermeiro deve colocar-se na pele do doente para conhecer o que este quer e o que precisa para manter a vida e (re)adquirir saúde
·       - Deve estimar as necessidades individuais, imediatas e a longo prazo de cuidados físicos, apoio emocional e reeducação
·       - Condição da boca, indicador de qualidade dos cuidados de enfermagem
·       - Ajuda ás actividades diárias que normalmente realizariam sem ajuda
·       - Promoção de relações sociais e de interacção com os outros
·       - Enfermagem – tem as suas raízes nas Necessidades humanas fundamentais
·       - Quer a pessoa esteja saudável ou doente deve-se ter e conta os desejos naturais (comida, água)
·       - Cada cultura expressa as NHF de maneira diferente
·       - Devem ser tidas em conta as motivações de cada pessoa
·       - Todas as pessoas têm necessidades comuns, que são satisfeitas por padrões de vida bastante diferentes
·       - A enfermeira só deve decidir pelo doente quando este está em situação de inconsciência e não tem ninguém que decida por ele
·       - Competências do enfermeiro: saber ouvir, sensibilidade á comunicação não verbal, encorajar a expressar sentimentos, ajudar a identificar o problema.
·       -  É essencial uma relação construtiva no local terapêutico
·       - O auto-conhecimento de cada um (de si próprio) é também essencial para o exercício da prática de enfermagem (respeito e compreensão pelos outros)
·       - Os CBE têm componentes principais bem visíveis, mas devem ser modificados de acordo com as características pessoais da pessoa a que se presta cuidado
·       - NHF existem independentemente do diagnóstico, são modificadas por este. São influenciadas por: idade, cultura, estado emocional, capacidades psicológicas, local. Os estados do doente têm que ser tidos em conta nos cuidados prestados
·       - A formação a estudantes deve ser dada nos locais para aumentar a sensibilidade e compreensão.